Jesualdo Ferreira: «Vamos lutar pelo título até à última jornada»

Com a 24ª jornada da Liga 2006/07 cada vez mais próxima, Jesualdo Ferreira abordou a recepção ao V. Setúbal, tendo revelado esperar um jogo mais difícil na sexta-feira do que aquele disputado na jornada anterior, frente ao Benfica, dada a posição delicada dos sadinos na tabela classificativa. Apesar de reconhecer que os sete desafios que faltam disputar serão complicados, o técnico do F.C. Porto assegurou que os Dragões vão lutar pelo título até à última jornada.
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FCP: Ainda no rescaldo do Benfica-F.C. Porto, o que pensa do golo do Benfica?
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Jesualdo Ferreira: É fora-de-jogo! O que significa que houve um erro de arbitragem que influenciou o resultado. Esperava uma equipa de arbitragem com coragem, tal como foram o F.C. Porto e o Benfica, e quando o Bruno Alves faz uma falta aos 2 minutos e vê o cartão amarelo, cheguei a pensar estarmos perante um árbitro de coragem. No entanto, quando no lance quase imediatamente a seguir, o Simão comete uma falta e não vê o cartão, que o deixava inclusivamente de fora do próximo jogo, por ser o quinto no campeonato, então receamos que a equipa de arbitragem não tivesse uma atitude isenta. E a verdade é que, na dúvida, o F.C. Porto foi sempre prejudicado.
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FCP: O golo validado ao Benfica pode custar o campeonato ao F.C. Porto?

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JF: Isso não sei, mas sei que foi um erro que deu golo. Controlei-me para não falar da arbitragem no final do encontro, porque achei mais importante falar no excelente jogo que o F.C. Porto fez na Luz e distinguir a capacidade dos meus jogadores, que fizeram uma grande primeira parte e souberam resistir à pressão natural do adversário, porque estava a perder, na segunda. Estou farto de certas análises como as que li, em que se dizia que a arbitragem foi excelente. Todos puseram o Benfica na liderança do campeonato durante as duas semanas que antecederam o jogo, só que nós conseguimos provar em campo que a realidade é outra.
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FCP: Consegue explicar a falta de coragem de que fala em relação aos árbitros?

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JF: Não sou psicólogo para fazer essas análises. Nunca afirmei que o Pedro Proença não era um árbitro de coragem, mesmo quando se disse que ele era sócio do Benfica. Agora, o que é certo é que fomos prejudicados nos cinco minutos iniciais e isso condicionou o jogo.
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FCP: No final da partida, já sabia que o golo não era válido?

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JF: Sim, mas não quis falar sobre isso, porque preferi destacar a atitude fantástica dos meus jogadores. E não podemos esquecer que o livre que dá origem ao golo também não existe. Se o livre do Benfica é livre, então vamos deixar de ter equipas agressivas, já que se começa a confundir agressão com pressão.
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FCP: Teme que no futuro os árbitros voltem a prejudicar o F.C. Porto?

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JF: Não, nem sequer vinha preparado para estas questões. O flash do último jogo foi extremamente forte, mas não teve repercussões sobre a minha equipa. Tudo o que ficou foram análises feitas, que na minha opinião nem sempre são correctas. Não vi coragem de quem comentou o jogo ou escreveu sobre ele.
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FCP: O que quis dizer quando referiu que o Benfica foi colocado na liderança nas duas semanas que antecederam o jogo?

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JF: Desde que o F.C. Porto perdeu frente ao Sporting, assistiu-se ao lançamento do jogo do título do Benfica. No entanto, apesar dessa pressão e também das lesões que nos têm afectado, os meus jogadores foram grandes. O empate até pode ter sido justo, mas a verdade é que podíamos ter ganho.
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FCP: Vamos ver um F.C. Porto contra o V. Setúbal igual ao que vimos diante do Benfica?

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JF: Espero um F.C. Porto melhor, sobretudo porque acho que o jogo contra o V. Setúbal será mais difícil, dada a posição complicada da equipa na tabela classificativa. Não obstante ao facto de estarem a passar por alguns problemas que todos conhecemos, penso que vêm jogar ao Dragão com muita motivação.
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FCP: O João Paulo será titular?

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JF: Amanhã sai a convocatória, aí conversamos.
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FCP: O Jorginho aguenta os 90 minutos?

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JF: Vamos ver se aguenta.
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FCP: Por que diz que o jogo frente ao V. Setúbal será mais difícil que o jogo contra o Benfica?

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JF: A nossa equipa não será a mesma, devido às lesões, e o V. Setúbal está numa posição complicada na tabela. Só por isso é que é mais difícil. É uma ideia clara, sob uma perspectiva clara.

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FCP: Ficou chateado por o Renteria ter falhado o golo no último minuto?

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JF: Não. Gostava que ele tivesse marcado e tenho a certeza de que, a ter acontecido, o golo faria dele o herói do jogo. Mas como não aconteceu, fomos os dois criticados. O que as pessoas não entenderam foi que a entrada do Renteria era para ganhar o desafio e não para empatar.
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FCP: Concorda que o calendário do F.C. Porto é o menos difícil dos «três grandes»?

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JF: Não, acho que o nosso calendário é o mais difícil.
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FCP: O Anderson ainda pode ser uma mais-valia para o que resta do campeonato?

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JF: Espero que sim. Mas não podemos alterar o ritmo normal fisiológico de uma lesão. O Anderson tem treinado bem, já cheirou o jogo, e está a fazer um esforço para reaparecer rapidamente.
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FCP: As lesões verificadas a meio-campo levaram-no a chamar o Castro. O que espera deste jogador?

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JF: O Castro é o farol do desenvolvimento que o F.C. Porto projecta para a formação. Tem características que eu gosto num jogador e por isso vai integrar o plantel sénior até ao fim da época. Vai ser convocado para o jogo de sexta-feira - aliás, fica aqui o agradecimento à Selecção Nacional de Sub-19 por o ter dispensado - e depois logo vemos se joga.
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FCP: Sente que o líder está perante um cenário adverso?

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JF: Não. Adverso seria estarmos atrás na classificação. O que se vive no grupo de trabalho é um clima de grande confiança, até porque já somos líderes há 23 jornadas. Temos consciência de que os últimos sete jogos que faltam vão ser complicados, mas vamos lutar pelo título até à última jornada.

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Informação retirada do site oficial do clube.