Hábitos
1 Talvez sejam os maus hábitos alimentados ao longo das últimas décadas de títulos garantidos por margens mais ou menos folgadas, mas os portistas têm uma tendência pessimista para o dramatismo que só encontra paralelo no optimismo eufórico dos adversários. Em primeiro lugar no campeonato, com uma vitória sobre o Benfica no jogo da primeira volta e com um calendário que não parece mais complicado do que o dos adversários directos na luta pelo título - os encarnados têm dois clássicos pela frente, os portistas apenas um, por exemplo - o FC Porto é, ainda e apesar de tudo, o principal candidato à sua própria sucessão como campeão nacional. É verdade que a vantagem já foi maior e que o rendimento da equipa baixou significativamente na segunda volta, mas se os adversários não desistiram quando estavam em terceiro lugar a oito pontos do primeiro, porque há-de o FC Porto desistir quando ainda está em primeiro lugar e a um ponto do segundo?
2 O próximo clássico tem sido classificado nos últimos dias como o jogo do título. De facto, o Benfica-FC Porto da próxima jornada pode ser decisivo para a discussão pelo primeiro lugar, mas apenas se o FC Porto ganhar. O triunfo dos portistas na Luz repõe a vantagem dos campeões nacionais nos quatro pontos numa altura em que faltarão disputar apenas sete jornadas, uma delas apimentada pelo último clássico da temporada, um Benfica-Sporting que os portistas podem capitalizar a seu favor. De qualquer forma, e numa altura em que toda a gente fala da espectacularidade de outros campeonatos, se o Benfica-FC Porto conseguir ser tão bem disputado e emocionante como foi o FC Porto-Benfica, temos festa. Sem lesões, de preferência.
Este texto é da autoria de JORGE MAIA, e foi retirada do jornal desportivo O JOGO.
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